Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2010

Inseparável banco

Imagem
    Pouca luz vinha ao seu encontro, mas ela não dava tanta importância a isso. Afinal, era esse tom de escuridão que lhe atraia todas as noites àquele banco.      Suas pernas sempre cruzadas, os braços abertos sobre o branco e o olhar voltado para o céu, perdido entre a claridade das estrelas e da Lua. Ela imaginava ser a dona exclusiva daquele momento e acreditava veemente que a brisa do rio Paraguaçu vinha lhe abraçar e desejar boa noite todos os dias.      Dona Alaide é uma simpática senhora que por nada na vida troca suas noites de descanso, sentada no seu inseparável banco, na Praça do Relógio, em São Félix. Algumas vezes chegou a dormir ali mesmo, mas ela jurava que só fechou os olhos para descansar melhor. Porém, essa senhora tem as artimanhas de nos convencer facilmente. Sabe lá se ela falou a verdade.      Suas recordações de adolescência são suas companheiras de todas as noites. Depois que seu marido, Antonio, morreu, ela não se separou mais desse bendito banco. Um

Ruas livres de barracas em Cachoeira

Imagem
Foto: Valdelice Santos O secretário de agricultura resolveu cumprir o que manda a Lei Orgânica do Município de Cachoeira          No sábado (21/08), por volta das 18 horas, o secretário de agricultura do Município de Cachoeira, Carlos Alberto Fraga Lobo, conhecido como Cacai Lobo, acompanhado de uma viatura da Policia Militar, foi verificar se os feirantes tinham comprido a determinação judicial, emitida aos feirantes nesta semana, mas como já era esperado poe ele, as barracas estavam arrumadas do lado do mercado e os feirantes se negavam a retirá-las do local.           Após um longo dialogo entre feirantes e o secretário, surgiu a possibilidade deles guardarem suas mercadorias no Mercado do Peixe, no entanto, provisoriamente.  Cacai Lobo, por delegação do prefeito Fernando Antonio Pereira, Tato, cumpriu o que está previsto na Lei Orgânica do Município, parágrafo primeiro, inciso – XVI, artigo 79, que determina que todas as barracas armadas no perímetro da feira li

História de mais de dois séculos

Imagem
Foto: Valdelice Santos As Irmãs percorrem as principais ruas da cidade, em devoção a Assunção de Nossa Senhora da Glória A festa da Irmandade da Boa Morte é realizada anualmente, entre os dias 13 e 17 de agosto na cidade de Cachoeira, no Recôncavo da Bahia. É uma festa religiosa composta de missas, vigílias noturnas, procissões, ceias e samba de roda, repetida a mais de dois séculos. Atrai turistas de diversas nacionalidades. Neste ano mais de cinco mil pessoas acompanharam os festejos da Irmandade. A parte religiosa da festa da Boa Morte é representada nos três primeiros dias, encenando a morte da Virgem Maria, sendo que as vestes das Irmãs são diferentes em cada dia de festa. No dia 13 ocorre a missa das irmãs falecidas, 14, a procissão da Boa Morte, e 15, a missa festiva da Assunção de Maria, que se finaliza com samba de roda. Nos últimos dias da festa,16 e 17, inicia-se a parte profana, e é servido cozido e car

Festa de São Bartolomeu

Devoção, fé, tradição... Gente de longe, gente de perto. Todos na expectativa da grande festa da região. É a festa de São Bartolomeu Que tem no mês de agosto a sua comemoração. Acontece na exuberante cidade de Maragogipe, Onde ele é o padroeiro. Lá todos se divertem, com dinheiro ou sem dinheiro, O importante mesmo é está entre a multidão. Multidão que é fiel, Não decepciona num só ano. Durante a festa o sangue se mistura E todos se sentem maragogipano. Valdelice Santos

Riqueza invisível

     O que vem na tua cabeça quando você olha o rio Paraguaçu? Algo que te remete a um momento especial? Talvez um rio que lembra a luta pela Independência da Bahia.Uma grande vontade de se banhar, ou até mesmo pescar. Ou simplesmente um rio poluído. Ou quem sabe até, já pensou tudo isso junto.       Mas existem aqueles que olham para este precioso recurso natural e não pensam em nada disso. Aliás pensam sim, no melhor lugar para jogar o lixo: se deve jogar na margem ou no centro do rio. A riqueza existente no Paraguaçu torna-se invisível para eles. Assim como passavam despercebidas As Cidades Invisíveis de Ítalo Calvino para muitos visitantes e moradores destas. O rio só é visto por aqueles que quer ver não simplesmente um rio, mas um rio Paraguaçu, que tem histórias e serve de cartão postal para as cidades que ele banha.      É difícil colocar na cachola desses seres humanos que nenhum rio deve ser digno de poluição, pois, além de matar o rio, mata também todo o ser que nele h