A fera lobisomem 

Falar de lobisomem? 

Nossa, que medo. 

Medo do que nunca vi, só ouvi, 

Mas é medo. 

Nada de ser igual a São Tomé, de ver para crer. 

Não dá pra bancar a valente, 

Era e sou valente na fé. 

Na fé de nunca encontrar esse bicho. 

Me gelo só de imaginar seus assovios agudos e penetrantes. 

Cruz credo, quero nem pensar. 

Pra fugir do bicho, só um bom atleta. 

Isso era o que eu ouvia contar. 

Ouvir muita coisa.

Diziam que um truque pra escapar da fera é atravessar um rio. 

Um rio?

E quem ia achar um rio por aí? 

Eu que nunca me atrevi, não saía a desfilar. 

Coisas feias eu ouvi falar. 

Até filhotes de animais não eram perdoados.

Ah, se eu pegasse esse desgraçado. 

Bem, se eu pegasse esse desgraçado dava uma surra de cansanção. 

Só pra ele aprender e pelos outros ter compaixão. 

Tô falando por falar, coragem para isso tinha não. 

No chão dura já estaria, antes mesmo de ele me achar. 

Meu pai conta sempre essas histórias

Ele afirma ter visto o bicho  e nunca mais deseja encontrar. 

Aqui no Recôncavo, esse conto é bastante popular. 

Coisas assim, que nos faz valorizar cada pedaço desse chão, 

Que nossa identidade ajuda formar. 


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

As baleias viraram pedras?

Andu e mangalô, sabores mágicos nordestinos

Feira livre de Maragogipe