Associação Cultural Filhos de Nagô: 48 anos produzindo cultura para o Recôncavo

Quero hoje compartilhar aqui um pouco da história do samba de roda Filhos de Nagô, que tem grande importância cultural para São Félix e Recôncavo da Bahia. A historia começa com a Associação. Então vamos lá.

      A Associação Cultural Filhos de Nagô foi fundada em 13 de maio de 1970. Tem sede própria localizada na Praça 2 de Julho, 20, Centro, São Félix-Bahia. É composta por 20 integrantes e já realizou alguns projetos ao longo desses 48 anos de existência. Um deles foi a Escola de Música, que teve como beneficiários crianças e adolescentes da cidade de São Félix, entre 8 a 15 anos, com o objetivo de ensinar a parte musical e cultural do samba de raiz mantendo viva a tradição. O resultado final do projeto Escola de Música foi o Samba Mirim Filhos de Nagô que fez várias apresentações na própria cidade. Alguns beneficiários desse projeto, seguiram carreira musical e atuam no samba de roda Filhos de Nagô, na filarmônica, conjuntos musicais e conservatório de música. 
        Além dos projetos sociais, a sede da Associação também é um espaço de lazer para comunidade local, os associados utilizam também para jogos e torneios de mesa e de tabuleiro, atividades socioeducativas, oficinas, além de manter uma equipe de futebol chamada União Nagô, com integrantes do samba e amigos. O Nagô tem 48 anos de samba e resistência e a Associação Cultural possui Título de Utilidade Pública Municipal, fazendo parte da Casa de Samba de Santo Amaro. 
        Com seu bumba-meu-boi faz apresentações contando a lenda e fortalecendo a história e cultura afro- brasileira, através do samba de roda e das manifestações populares bastante presentes no Recôncavo baiano.
        Outro projeto importantíssimo para a história da Associação Cultural Filhos de Nagô é o grupo de Samba de roda Filhos de Nagô, o qual deu origem a Associação. Este grupo é um dos mais tradicionais samba de roda do Recôncavo e importante para a história da Bahia. Criado em 1970 na cidade de São Félix, no Recôncavo da Bahia, durante uma reunião de amigos apaixonados pelo ritmo musical,  a partir de uma brincadeira. 
        O samba Nagô recebeu forte influência dos movimentos afro-culturais como Tincõas, Clara Nunes entre outros. Com suas composições próprias e com intuito de preservar suas raízes, Clara Nunes entre outros. Com suas composições próprias e com intuito de preservar suas raízes africanas, o grupo Filhos de Nagô começou a carreira se apresentando nos bairros sanfelixtas. Ao longo do tempo, ganhou visibilidade e prestígio e passou a se apresentar também em outros espaços da Bahia e do Brasil, como Salvador, Feira de Santana, Rio de Janeiro e Ouro Preto. Ao todo, o grupo se apresentou em 41 cidades. 
        As músicas retratam o cotidiano da cidade, a cultura local, o Rio Paraguaçu (o qual banha a cidade de São Félix e Cachoeira ), a culinária local, a mulher forte brasileira, entre outras coisas relacionadas ao Recôncavo da Bahia. O estilo musical do samba é o de barravento cadenciado, jogado e samba corrido.
          O grupo atualmente tem 20 integrantes entre músicos, direção musical e sambadeiras. Gravou o CD Viola Velha com 13 músicas autorais com muita história e cultura popular do povo do brasileiro.


 Por: Valdelice Santos e Anastácia Flora

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