Um amigo diferente

Joanita sempre foi uma menina caprichada nos estudos, amigável, brincalhona e de um humor incomparável. Desfrutava dos quinze anos de idade, mas vivia como se estivesse dez. Brincava de tudo que podia e não se importava com que os outros falavam.
Em seu tempo vago saia com as amigas para jogar conversa fora. Só que chegou um determinado tempo, em que as tarde de Joanita mudaram repentinamente, depois que conheceu seu mais novo amigo. Já nem fazia mais as coisas em casa e muito menos ir ao encontro de seus velhos amigos. A união de ambos era tanta que até o lanche da tarde, que ela nunca dispensava a companhia da Tv, passou a ser ao lado do amigo.
O que chamava a atenção da redondeza do povoado de Nagé, em Maragogipe, não era o simples fato de Nita, como gostava de ser chamada, deixar seus amiguinhos na mão e nem deixar de fazer os afazeres de casa, mas sim quem era esse amigo. Ele era nada mais nada menos do que um pé de tamarineiro.
Esse amor, na verdade, não era exclusivamente da árvore frutífera, a explicação está no que ela fazia na árvore todas as tarde. Nita deixava tudo de lado para curtir uma brincadeira que adorava por ser diferente, ter mais graça e divertimento. Assim, certo dia passando pelo quintal da casa de sua vizinha, ela avistou um pé de tamarindo e não pensou duas vezes: vou brincar no balanço!
Toda vez que chegada da escola, a menina ia até a casa da vizinha para passar sua tarde de princesa. Era assim que ela definia aquele momento e jurava que nada pode ser trocado pelo vento gelado que beijava o seu rosto.

Valdelice Santos

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