Relato de uma cerâmica

Numa pacata vila me imaginam como eu deveria ser.
E como obra única eu venho ao mundo.
Delicadas mãos passeiam pelo meu corpo,
Tentando me deixar uma peça bem bonita.
No início, sou desbotada, quase não sou admirada.
Mas as etapas seguintes me deixarão mais embelezada.
Basta alguns dias e algumas trocas de mãos,
Lá estou linda, quase arrasando, mas ainda delicada.
E no último retoque, o mais dolorido,
Sob as fortes chamas e fixada entre outras peças,
Com um novo colorido,
Estou pronta para viajar.
Viajar com quem se apaixonar por mim
E fizer questão de minha companhia na sua casa.

Valdelice Santos

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