Inseparável banco
Pouca luz vinha ao seu encontro, mas ela não dava tanta importância a isso. Afinal, era esse tom de escuridão que lhe atraia todas as noites àquele banco. Suas pernas sempre cruzadas, os braços abertos sobre o branco e o olhar voltado para o céu, perdido entre a claridade das estrelas e da Lua. Ela imaginava ser a dona exclusiva daquele momento e acreditava veemente que a brisa do rio Paraguaçu vinha lhe abraçar e desejar boa noite todos os dias. Dona Alaide é uma simpática senhora que por nada na vida troca suas noites de descanso, sentada no seu inseparável banco, na Praça do Relógio, em São Félix. Algumas vezes chegou a dormir ali mesmo, mas ela jurava que só fechou os olhos para descansar melhor. Porém, essa senhora tem as artimanhas de nos convencer facilmente. Sabe lá se ela falou a verdade. Suas recordações de adolescência são suas companheiras de todas as noites. Depois que seu marido, Antonio, m...